Seguro auto para recém-habilitados: por que é mais caro e como pagar menos

Publicado em: 28 de novembro de 2025 • Atualizado em: 28 de novembro de 2025

Resumo em 1 minuto

  • Você entende por que o seguro auto para recém-habilitados costuma ser mais caro: idade, pouco tempo de CNH e falta de histórico aumentam o risco percebido pelas seguradoras.
  • Vê quais fatores pesam no cálculo do seguro (modelo do carro, CEP, uso diário, franquia, tipo de cobertura) e como essas escolhas impactam no valor final.
  • Descobre estratégias práticas para pagar menos sem se enrolar: escolher melhor o carro, ajustar coberturas, ser transparente no perfil e planejar o seguro junto com a CNH e o primeiro carro.

Tirar a CNH é um marco. Mas logo depois de dirigir pela primeira vez, vem outra pergunta importante: "quanto vai custar o seguro do carro?" E é aqui que muita gente leva um susto: o seguro auto para recém-habilitados costuma ser bem mais caro do que para motoristas com mais tempo de carteira.

Neste artigo, a ideia não é empurrar nenhum produto, nem dizer qual seguradora é "melhor". O objetivo é explicar, em linguagem simples, por que o seguro de quem acabou de tirar a CNH é mais caro, o que as seguradoras analisam no seu perfil e quais escolhas ajudam a pagar menos sem abrir mão da proteção.

Pense nisso como parte do planejamento: assim como você compara instrutor e autoescola antes de começar as aulas, faz sentido entender o básico do seguro antes de comprar o carro ou fechar o contrato.

1. Por que o seguro é mais caro para recém-habilitados?

As seguradoras trabalham com estatística de risco. De forma geral, motoristas mais jovens e com pouco tempo de habilitação se envolvem mais em acidentes do que condutores experientes. Isso aparece em diversos levantamentos e é levado em conta na hora de calcular o preço do seguro.

Além da idade, o fato de você estar começando a dirigir agora significa menos histórico de comportamento no trânsito. A seguradora não sabe ainda se você costuma respeitar limites de velocidade, se acumula multas ou se dirige só em trajetos curtos. Na dúvida, ela considera que o risco é maior – e o preço sobe.

Isso não é um julgamento pessoal, e sim uma leitura de dados. A boa notícia é que, com o tempo de habilitação e um histórico sem sinistros, o custo tende a cair gradualmente.

2. O que as seguradoras analisam no seu perfil

Não é só a idade que pesa. Quando você pede uma cotação de seguro, são avaliados vários pontos do seu perfil e do carro. Entre os principais:

  • Idade do condutor principal: recém-habilitados e jovens entre 18 e 25 anos costumam pagar mais, porque fazem parte do grupo com maior índice de sinistros.
  • Tempo de habilitação: quem tem menos de 2 anos de CNH é visto como menos experiente; com mais anos de direção e bom histórico, o preço costuma melhorar.
  • Modelo do veículo: carros muito visados para roubo, esportivos ou de manutenção cara tendem a ter seguros mais altos.
  • CEP de residência e onde o carro circula: regiões com maior índice de roubo e acidentes encarecem o seguro.
  • Uso do veículo: usar o carro todo dia, em horários de pico ou para trabalho (por exemplo, aplicativo) aumenta o risco percebido.
  • Histórico de multas e sinistros: envolvimento em acidentes, acionamentos anteriores de seguro e infrações pesam contra.

Cada seguradora tem seu próprio jeito de ponderar esses fatores, mas a lógica geral é parecida: quanto maior o risco de sinistro, maior a tendência de o seguro ficar caro.

3. Tipos de seguro: básico, completo e outras opções

Quando se fala em "seguro de carro", nem sempre estamos falando da mesma coisa. De forma simplificada, você vai encontrar:

  • Seguro compreensivo: cobre roubo, furto, colisão, incêndio e, em geral, danos a terceiros, além de serviços como guincho, carro reserva (quando contratado), entre outros.
  • Seguro só para terceiros: foca na cobertura de danos materiais e corporais causados a outras pessoas. Não protege o seu carro contra roubo ou colisão.
  • Planos com franquia alta ou baixa: franquia é a parte que você paga em caso de conserto do seu carro. Franquia mais alta costuma baratear o prêmio; franquia mais baixa encarece, mas reduz o impacto em caso de sinistro.
  • Produtos por uso (pay-per-use, telemetria, app): alguns modelos mais novos cobram por quilômetro rodado ou avaliam seu estilo de direção, o que pode ajudar quem dirige pouco e com cuidado.

O ideal não é "o mais barato possível", e sim o equilíbrio entre quanto você consegue pagar e o quanto se sentiria desamparado se algo acontecesse com o carro.

4. Estratégias para pagar menos sendo recém-habilitado

Mesmo com o perfil mais caro, existem decisões práticas que podem ajudar a reduzir o custo do seguro auto:

4.1. Escolher bem o carro

  • Modelos menos visados para roubo tendem a ter seguro mais em conta.
  • Carros com potência moderada e manutenção mais simples costumam ser melhor vistos.
  • Versões com itens de segurança (freios ABS, airbags, controles eletrônicos) também são bem avaliadas.

Às vezes, a diferença de seguro entre dois modelos parecidos pode ser grande. Vale considerar isso no pacote total do "custo de ter o carro".

4.2. Avaliar franquia e coberturas

  • Se você tem reserva financeira para emergências, pode considerar uma franquia um pouco mais alta, reduzindo o custo mensal.
  • Se não tem, talvez faça sentido manter uma franquia mais baixa, mesmo pagando um pouco mais por mês, para não ficar sem opção em caso de sinistro.
  • Rever coberturas que você realmente precisa (por exemplo, quilometragem de guincho, carro reserva, vidros) ajuda a ajustar o valor.

4.3. Cuidar da forma como o carro é usado e guardado

  • Estacionar em garagem fechada (em casa e no trabalho) costuma pesar a favor.
  • Usar o carro menos em horários críticos (madrugada, regiões de maior risco) reduz exposição.
  • Instalar rastreador ou dispositivo antifurto pode gerar desconto em algumas seguradoras.

4.4. Ser transparente com o perfil

É comum alguém pensar em "colocar o seguro no nome dos pais" e não mencionar o recém-habilitado como condutor. Isso pode parecer uma economia fácil, mas é um risco grande: omitir o principal condutor pode levar a recusa de indenização em caso de sinistro.

O ideal é sempre informar a verdade sobre quem vai dirigir o carro. Algumas seguradoras permitem incluir o jovem como condutor adicional; em outras, isso impacta no preço, mas garante que, se algo acontecer, a cobertura esteja válida.

4.5. Construir bom histórico ao longo do tempo

Com o passar dos anos, manter um histórico limpo de acidentes e multas pode fazer diferença. Em muitas seguradoras, quem não aciona o seguro ganha bônus que ajudam a reduzir o valor da renovação.

5. Cuidado com o "barato demais"

Quando o orçamento está apertado, é natural procurar a opção mais barata. Mas, em seguro, é importante entender exatamente o que está sendo contratado:

  • Leia com atenção as condições gerais e o que está coberto (e o que não está).
  • Verifique se o produto é seguro regulado pela Susep ou outro tipo de proteção; cada modelo tem regras e riscos diferentes.
  • Desconfie de propostas com preço muito abaixo da média, sem explicação clara.

A ideia não é gastar mais do que você pode, mas também não ficar desprotegido achando que está coberto. Em caso de dúvida, vale conversar com um corretor de seguros de confiança.

6. Como isso se conecta com o Dirigi

O Dirigi não vende seguro e não indica seguradora específica. Nosso papel é ajudar você a enxergar o quadro completo:

A ideia é que você possa planejar com mais clareza: entender como funciona o trânsito, a formação de condutores, o medo de dirigir e também o impacto do seguro. Com informação na mão, as decisões tendem a ficar menos pesadas.

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Checklist rápido: o que fazer agora

  1. Antes de fechar o primeiro carro, pesquise quanto custa o seguro dos modelos que você está considerando e inclua esse valor no seu orçamento mensal.
  2. Simule diferentes combinações de cobertura (compreensivo, terceiros, franquia mais alta ou mais baixa) e, se possível, compare propostas de mais de uma seguradora ou corretor.
  3. Planeje como você vai usar o carro nos primeiros anos de CNH (trajetos, horários, onde vai guardar) e, se sentir insegurança, considere fazer aulas extras para habilitados para reduzir o risco real de sinistro.

Aviso importante e fontes de referência

Este texto tem caráter informativo e não substitui a análise de um corretor de seguros, de uma seguradora ou de outros profissionais especializados. As condições, coberturas e preços de seguro auto variam conforme seguradora, perfil, região e momento da cotação.

Antes de contratar qualquer produto, leia com atenção as condições gerais, confira se a empresa é autorizada a operar pela Susep e compare mais de uma proposta. Em caso de dúvidas, consulte canais oficiais da seguradora, da Susep ou do seu corretor de confiança.

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